segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

AS DEMANDAS DE HOJE

Um aeroporto com ampla infra-estrutura é um sonho antigo. Mas, afinal, qual a demanda da Serra por serviços aeroportuários? Hoje, 85% das cargas são transportadas por estradas, apenas 2% por via aérea. Com 29 anos de experiência em aviação, uma fonte caxiense afirma que bastaria ampliar os vôos do atual aeroporto para satisfazer as necessidades locais.- A maior produção industrial da Serra é escoada por terra e mar, meios mais baratos. Essa realidade não vai mudar. Um novo aeroporto, mesmo com cargueiros, não teria grande demanda, principalmente se houvesse poucos horários. Quanto ao transporte de passageiros, hoje muitas pessoas optam por embarcar no Salgado Filho em vez de depender dos três horários de Caxias. Se a oferta de vôos não aumentasse muito, as pessoas continuariam se deslocando à Capital - analisa. Há 13 anos agenciando cargas aéreas, o empresário Fernando Verza tem a mesma opinião. - Mensalmente, agencio 15 toneladas de mercadorias de Caxias com saída do Salgado Filho. São entregas de urgência. As empresas só utilizam o serviço quando não há outra alternativa. Se um novo aeroporto não tivesse cargueiros diariamente, continuaríamos usando o Salgado Filho - afirma. Hoje, 100 toneladas de produtos saídos de Caxias são despachados no aeroporto da Capital todos os meses. No Hugo Cantergiani são outras 25 toneladas por mês. Essa quantidade, que não considera a produção das demais cidades da Serra, é pequena, se comparada à movimentação do Salgado Filho, 1,5 mil toneladas de carga exportada ao mês e outras 900 toneladas de importações ao mês.Diretores dos dois maiores grupos empresariais de Caxias confirmam que a demanda por serviços de carga aérea não é grande. Erino Tonon, diretor de operações das empresas Randon, diz que apenas 10% dos 250 milhões de dólares de produtos exportados e 50 milhões de importações anuais passam por aeroportos. Milton Susin, diretor de logística e aquisição da Marcopolo, conta que o transporte aéreo é utilizado apenas como uma espécie de Sedex.As empresas da Serra que mais utilizam transporte aéreo são aquelas que exportam e fabricam produtos de pequeno porte, como plásticos, madeira e peças de metal.
Fonte: Jornal Pioneiro de 25 de fevereiro de 2008