sábado, 22 de março de 2008

A REAL NECESSIDADE DE OUTRO AEROPORTO

Preocupantes as mudanças previstas para o Aeroporto Regional de Caxias. A TAM encerra suas atividades neste domingo, e a Gol passa a operar em Guarulhos, não mais em Congonhas. Não faltam declarações de empresários de que isso dificulta muito a vida deles, já que levarão entre uma hora e uma hora e meia para chegar ao Centro de São Paulo, onde estão seus negócios. Inevitável pensar se isso não é mais um entrave na conclusão do tão sonhado novo aeroporto. Antes de investir tanto dinheiro público numa obra desse porte, é preciso saber se a oferta de vôos vai aumentar. A pista, sabe-se, poderá ser ampliada de 2 mil metros de extensão para de 3 mil a 4 mil metros, se a obra for erguida em Vila Oliva. Isso permite, por exemplo, que um cargueiro Boeing 747-300 possa operar em Caxias. Mas e os passageiros? Haverá demanda que justifique o aumento no número de vôos? Porque uma coisa é certa: sem demanda, não há vôos. Está aí a TAM indo embora por falta de passageiros. E o inverso também é válido: sem oferta de vôos, não tem demanda. Para piorar, há lideranças da região dos Vinhedos dizendo que Vila Oliva é longe e que optarão pelo Salgado Filho, na Capital, já que o tempo de deslocamento não vai mudar muito e a oferta de horários é maior, inclusive com pouso em Congonhas. É hora de ter cautela. Se o novo aeroporto continuar com apenas dois vôos por dia e somente para Guarulhos, vale discutir se esse dinheiro deve mesmo ser investido. Uma fonte da coluna pondera que, considerando a demanda, é possível ampliar o Aeroporto Hugo Cantergiani e atender bem passageiros e transporte de carga, sem necessidade de um novo terminal. Faz sentido.
Fonte: Pioneiro de 22 de março de 2008.