sexta-feira, 7 de março de 2008

ANAC amplia o prazo em mais 90 dias para que o aeroporto de Caxias cumpra normas técnicas

O anúncio foi feito pelo Diretor do Departamento Aeroportuário do Estado, Sérgio Sparta, aos Vereadores caxienses.
Na Sessão Ordinária desta quinta-feira (06), a convite da Câmara Municipal, em parceria com a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, o Diretor do Departamento Aeroportuário do Rio Grande do Sul Sérgio Sparta e o Engenheiro Fernando Bizarro esclareceram dúvidas dos parlamentares e empresários caxienses sobre a situação do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, e a viabilidade da construção de um novo aeroporto na região. Além dos Vereadores participaram desta reunião o Secretário Municipal de Transportes e Mobilidade Urbana, Jorge Dutra, o diretor do Aeroporto, Gilberto Madalosso, o presidente da CIC, Milton Corlatti e os empresários Nelson Sbabo e Plínio Mioranza.
O Presidente da Câmara, Elói Frizzo/PSB, esclareceu que o convite ao Diretor do Departamento Aeroportuário do Estado foi feito buscando esclarecer a possibilidade da proibição da venda de passagens aéreas no Aeroporto Regional em função do descumprimento de normas técnicas.
O diretor da CIC, Nelson Sbabo, foi o segundo a se pronunciar e salientou os problemas do Aeroporto Hugo Cantergiani: “A sala de embarque é muito pequena e os aparelhos que estão sendo exigidos agora pela ANAC já encontramos em todos os aeroportos do país. Porque nós temos que esperar tanto tempo?”.
O Secretário Municipal de Transportes e Mobilidade Urbana, Jorge Dutra, destacou que a administração municipal está sempre empenhando esforços para atender as demandas em parceria com o Departamento Aeroportuário do Estado.
Os questionamentos ao Diretor do DAP/RS, foram elaborados pelos Vereadores: Francisco Spiandorello/PSDB, Zoraido Silva/PTB, Alfredo Tatto/PT, Deoclecio da Silva/PMDB, Vinicius De Tomasi Ribeiro/PDT e Getulio Demori/PP. Eles formularam perguntas com relação a instalação dos aparelhos de raio x de bagagens e passageiros e o prazo da ANAC para a instalação dos mesmos; o tamanho das salas de embarque e desembarque e possíveis reformas; com relação ao horário do tráfego aéreo; sobre o sistema de segurança e de controle de incêndios; a arrecadação com as taxas de embarque; a responsabilidade das companhias aéreas e a construção do novo aeroporto regional.
Sparta respondeu que a ANAC ampliou em 90 dias o prazo, que era de 15 de março, para que o Aeroporto Hugo Cantergiani se adapte as normas técnicas, e que como já existe o aparelho de raio x com detector de metais para a revista de passageiros, falta treinar pessoas para operá-los ou terceirizar este serviço. “A ampliação das salas de embarque e desembarque foi um pedido feito pelos empresários ainda no ano passado, mas não haviam recursos. Fizemos uma previsão orçamentária para este ano e agora vamos lançar o edital para que as empresas apresentem projetos da obra de ampliação em 400 metros quadrados o que duplicará o terminal. Será investido um milhão de reais nas reformas. Se hoje temos um número de 170 mil passageiros por ano poderemos atender de 300 a 350 passageiros/ano”, anunciou o diretor do DAP/RS.
Sobre a suspensão de vôos e os horários de tráfego aéreo, Sparta disse que tinha a informação de que os horários já haviam sido ampliados, mas constatou que na prática isto não acontece. “Já a falta de regularidade nos vôos, nós não podemos impôr que as companhias mantenha os horários se as mesmas operarem com prejuízo. É preciso criar uma cultura do transporte aéreo, mas isso cabe as empresas. E a falta de regularidade nos vôos faz com que as pessoas não criem o hábito de voar”.
Com relação as obras do novo aeroporto regional, Sparta lembrou que foram feitos inúmeros estudos técnicos de viabilidade para escolher o local mais adequado e afirmou: “Na avaliação do Departamento Aeroportuário do Estado só existe um lugar na região onde o novo aeroporto pode ser instalado e este local é Vila Oliva”.
O engenheiro Fernando Bizarro reforçou a afirmação do colega do DAP/RS apresentando informações técnicas elaboradas por especialistas em aviação e controle de tráfego aéreo, e destacou: “Não tem mais o que discutir quanto a localização do novo aeroporto sob o risco de perdermos o aeroporto. E não perderá só Caxias e a Serra, perderá todo o Estado. Não haverá desenvolvimento econômico na região nordeste condizente se não tivermos um aeroporto de grande porte”. Ele destacou ainda, que essa obra pode levar até 10 anos e que devem ser empregados cem milhões de reais para construir um aeroporto moderno com pista de 4 mil metros, mais mil metros no início e no final de pistas. Bizarro reiterou que o novo aeroporto está sendo projetado para possibilitar o pouso e decolagem de grande aeronaves, com vôos internacionais e um terminal de cargas para atender as indústrias regionais.
O presidente da CIC, Milton Corlatti, ponderou: “É uma necessidade da nossa região discutir o novo aeroporto, mas a decisão já foi tomada tecnicamente. Agora fazemos um apelo para buscar de fato a implantação, viabilizando a construção deste aeroporto regional. Não podemos perder tempo discutindo. Não importa o lugar, precisamos é de aeroporto”.
O Presidente da Câmara agradeceu as presenças do diretor e engenheiro do DAP/RS, Sérgio Sparta e Fernando Bizarro, e disse que os parlamentares e empresários caxienses se sentiam satisfeitos com as informações recebidas.